SOBRE OS DESAFIOS DE ENSINAR E
APRENDER HISTÓRIA: INQUIETAÇÕES DE UMA PESQUISA
Profa. Dra. Nucia
Alexandra Silva de Oliveira
UDESC
A História foi criada como disciplina escolar no
Brasil nas primeiras décadas do século XIX e como diferentes estudos têm nos
apontado (NADAI, 1993; BITTERNCOURT, 2007; FONSECA, 2011; SCHMIDT, 2012) desde
o início deste processo foram bastantes intensos os debates sobre o que deveria
ser ensinado nas escolas e como isso seria feito. Quase dois séculos depois, a
discussão sobre o que ensinar nas escolas em diferentes disciplinas coloca-se
com a apresentação da chamada Base Nacional Comum Curricular (BNCC) [O
documento da Base Nacional Comum Curricular foi apresentado no ano de 2015 no
portal do Ministério da Educação para conhecimento e envio de propostas ao
texto que continua em construção durante o presente momento. Para o estudo
deste projeto considera-se que será analisada a versão final que seus organizadores
acreditam deva ser apresentada ao longo do ano de 2016]. Aliás, no que se
refere a história a questão não apenas se coloca mas vira debate, ou melhor
dizendo: torna-se um embate! Afinal: que história deve ser ensinada aos nossos
estudantes? Que conteúdos devem estar presentes no documento e consequentemente
nas escolas? Tais debates ainda estão em curso e nos próximos tempos devem
provavelmente ser temas de muitas pesquisas dentro da área de ensino de
História. Aqui, interessa pontuar que em ambos os movimentos evidenciam-se
páginas importantes da história como disciplina escolar! Temáticas que tanto
ontem quanto hoje precisam ser evidenciadas para que possa compreender cada vez
mais a relevância da presença e da manutenção da história dentro dos currículos
escolares de diferentes níveis de ensino em nosso país.
Pensando sobre tais questões a discussão aqui
proposta faz parte do projeto que desenvolvo junto ao Laboratório de Ensino de
História (LEH) do Curso de História da Universidade do Estado de Santa Catarina
(UDESC). O referido projeto tem o título de “Entre textos e sujeitos: percursos de ensino e aprendizagem de História
do Brasil (1998-2016)” e conta
com duas bolsistas de Iniciação Cientifica e uma bolsista de Iniciação
Cientifica de Ensino Médio [As bolsas de pesquisa estão relacionadas aos
editais PIC&DTI - Programa Institucional de Iniciação Científica
e de Desenvolvimento Tecnológico e Inovação e PIBIC-EM, ambos da UDESC].
O objetivo geral do projeto é investigar como conteúdos de história do Brasil têm
sido elaborados em documentos oficiais tais como legislações e livros didáticos
e como têm sido vivenciados no processo de ensino e aprendizagem por
professores e estudantes da Educação Básica formando o pensamento histórico
desses sujeitos. Ou seja, trata-se de
uma investigação sobre ensino de História do Brasil como componente da História
como disciplina escolar vivenciada tanto através de prescrições e normativas
quanto na vivência escolar de professores e estudantes.
O presente texto procura dialogar com o citado
projeto e alindando-se ao objetivo citado a intenção é promover reflexões sobre
os percursos da História como disciplina escolar no Brasil e ainda, apresentar
os objetivos propostos em nossa pesquisa no sentido de buscar interlocutores
para nossa reflexão.
Vale destacar ainda que o projeto que
desenvolvemos tem como principal ambição participar do diálogo sobre o vivo e
dinâmico processo de construção da história como disciplina escolar e para isso
optamos justamente por investigar percursos de ensino e aprendizagens
relacionadas ao ensino de história do Brasil nos últimos 20 anos. A ideia é
partir de um recorte cronológico que se inicia nos anos 90 com a publicação de
documentos como os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) para alcançar
atividades escolares em nossos dias. Algumas perguntas são norteadoras desta
investigação e julgamos importante nos referir a elas: Como a história do
Brasil tem feito parte dos currículos escolares nesse período? Que conteúdos
têm sido abordados? Quais temas são silenciados? E principalmente qual a
apropriação dos mesmos pelos estudantes? Tematizando essas questões compreende-se
que serão mobilizados e discutidos alguns dos percursos do processo de ensino e
aprendizagem de História do Brasil como parte do componente curricular desta
disciplina. Por um lado, a ideia é investigar em documentos de dimensão nacional
e local como os Parâmetros Curriculares Nacionais, a BNCC, a Proposta
Curricular do Estado de Santa Catarina e a Proposta do Município de
Florianópolis como exemplos de textos que, ao prescreverem orientações e
temáticas ajudam a formalizar a história a ser ensinada. Por outro, tem-se a intenção de também
acompanhar como essas orientações são apresentadas em alguns manuais didáticos
criados para o ensino de história. E por fim, num terceiro eixo, tem-se a intenção
de perceber os modos pelos quais professores e estudantes vivenciam a
experiência de ensinar e aprender história e como tal experiência forma seu
pensamento histórico.
Cabe ressaltar que tal proposta está sendo
construída a partir das reflexões relacionadas a história das disciplinares escolares
(CHERVEL, 1990), as quais propõem que os saberes escolares sejam analisados a
partir de questões como a análise de fontes normativas como propostas
curriculares, de manuais didáticos, de documentos não oficiais como cadernos,
provas e outros documentos da cultura escolar, além dos próprios contextos de
instituição e consolidação das disciplinas. Fonseca (2011) informa que a
inserção da história como disciplina escolar nos currículos das escolas
brasileiras aconteceu em meio a um complexo quadro relacionado a estruturação
do sistema educacional pós-independência. De um lado, a preocupação primordial
era a formação de membros das elites dirigentes do país, e por outro, havia a
intenção destas elites em inserir o país dentro do ideário liberal que defendia
a educação como forma de prover ao estado cidadãos produtivos e obedientes às
leis (p. 45). Nessa equação de interesses tão complexos quanto diversos a
questão da construção da identidade nacional aparece como elemento articulador
de um projeto amplo que teve na educação um de seus pilares mais fortes. E como
destaca a autora, “produzia-se e ensinava-se (...) uma História eminentemente
política, nacionalista e que exaltava a colonização portuguesa, a ação
missionária da Igreja Católica e a monarquia” (FONSECA, 2011. p. 47)
Nesse contexto as diretrizes para o ensino de
história no Brasil começam a ser melhor definidas a partir de 1838 com a
instituição do programa curricular do Colégio Pedro II que passa a servir de
modelo para as demais escolas (FONSECA, 2011. p. 49). Tal currículo foi
assumidamente influenciado no modelo francês, assim como também os manuais
didáticos eram traduções dos compêndios franceses, e assim a história ensinada
no Brasil foi a História da Europa Ocidental, que por sua vez foi apresentada
como a História da Civilização, como conclui Elza Nadai (1993). No que diz
respeito a história pátria deve-se destacar que a mesma era ensinada
subordinada a história ocidental e aparecia nos anos finais do ginásio
consistindo-se basicamente do estudo das biografias de homens ilustres (NADAI,
1993) que por sua vez, servia ao propósito de buscar a formação da identidade
nacional identificando-a com o mundo cristão, branco e europeu. (BITTENCOURT,
2007). A proclamação da República não altera muito esse cenário e assim, a
história nacional que, continuava a ter papel secundário era ensinada buscando
reforçar a ideia de uma identidade patriótica e de um passado homogêneo, sem
conflitos para os brasileiros (BITTENCOURT, 2007. NADAI, 1993).
A ênfase sobre a identidade nacional e sua relação
com a história ensinada nas escolas adentra o século XX e neste momento temos
um processo de consolidação da história como disciplina escolar. Em sua
proposta de periodização do ensino de história do Brasil, Maria Auxiliadora
Schmidt traça o segundo percurso para o processo de disciplinarização da
história: 1838-1931 (construção do código disciplinar da história); 1931-1971
(consolidação do código disciplinar da história), 1971-1984 (crise do código
disciplinar) e de 1984 em diante (reconstrução do código disciplina de História
no Brasil). Os estudos já citados aqui, demonstram que as reformas de ensino
nos anos 30 e 40 colocaram o ensino de história como um dos protagonistas no
projeto de formação da unidade nacional. E com essas reformas, sistematicamente
passaram a ser organizados programas curriculares que definiam conteúdos,
procedimentos didáticos, indicação de livros e manuais, etc (FONSECA, 2011). A
reforma Francisco Campos de 1931, por exemplo, colocou o ensino de história
como instrumento central de um processo de educação política onde os estudantes
eram formados para o exercício da cidadania dentro do projeto político do
Estado Novo (FONSECA, 2011; SCHMIDT, 2012). Por sua vez, a reforma Capanema de
1942, redefiniu a História do Brasil como disciplina autônoma e estabeleceu a
formação moral e patriótica como seu objetivo.
Alguns anos depois, em meio ao período da ditadura
militar, a proposta de utilização da história como momento de “educação moral e
cívica” ganha ainda mais tonicidade. Contudo o momento é de crise para a
disciplina haja visto o crescimento dos chamados Estudos Sociais que se tornam
obrigatório como disciplina a partir da lei 5.692/71. Nesse contexto e segundo
a mesma lei, o ensino de História ficava restrito ao segundo grau e com uma
carga horaria máxima de duas horas semanais. O projeto político era diferente
de tempos anteriores e as ações também divergiam, contudo o ensino de história
nesse período permanece sendo fortemente relacionado “a nacionalidade
construída a partir do conhecimento do legado das gerações do passado”
(SCHMIDT, 2012. P. 84).
Não é intenção nesse momento abrir a discussão nas
especificidades do histórico apresentado, certamente que elas seriam
necessárias para não se ter a ideia de uma hegemonia nos processos de ensino.
Mas é importante dizer que o que se buscou aqui foi pontuar minimamente o
processo de instituição e consolidação da história como disciplina escolar e
como a história nacional foi abordada. Tal modelo de história e ensino de
história foi (e é) duramente criticado por inúmeros pesquisadores que demostram
que tal abordagem acabou por construir um modelo de educação histórica que
privilegia narrativas únicas, personificadas e sem maiores problematizações no
sentido único de estabelecer com tal discurso ordenamentos de pensamento e
comportamento das pessoas.
Ainda considerando o
histórico sobre a história do ensino de história no Brasil deve-se dizer que o
período posterior a ditadura militar é visto como de reconstrução da história
como disciplina escolar. Nesse contexto alguns acontecimentos foram pontuais
para que tal renovação acontecesse: o final do regime militar e o movimento de
crítica aos Estudos Sociais para uma “volta ao ensino de História” para as
salas de aula da Educação Básica (SCHMIDT, 2012) Esta articulação contou com a
participação de muitos educadores e da Associação Nacional de Professores de
História – ANPUH e significou uma importante página para o ensino de História
no Brasil. Este “embate pelo ensino de História” proporcionou além da organização para a definição de
propostas curriculares, também a luta pela consolidação do ensino de história
como área de pesquisa [A organização de eventos como o Encontro Nacional
Perspectivas do Ensino de História ocorrido pela primeira vez em 1988 e do
Encontro Nacional de Pesquisadores do Ensino de Ensino, realizado pela primeira
vez em 1993 demonstram a articulação de um movimento para consolidação desta
área. Eles também apontam para o fato de que
novas dimensões são lançadas para o ensino de história no Brasil na
medida em que seus profissionais passam a ser desafiados a refletir sobre suas
práticas]. O cenário de crescimento de pesquisas que tematizam o ensino de
história significa ainda a existência de mudanças nos objetivos das aulas, nas
metodologias, nos materiais selecionadas, enfim, nas práticas docentes!
Uma das questões
propostas em nossa investigação é perceber como a partir desse momento de
reconstrução da história como disciplina escolar e mais especificamente a
partir do final da década de 90 foram prescritos caminhos para o ensino de
história e como esses percurso têm sido efetivamente vivenciados em salas de
aula da educação básica. A partir desse momento de reconstrução teriam
acontecido reformulações no debate sobre a história nacional? Como os livros
didáticos repercutem esta proposição de reformulação? Com tal perspectiva as
experiências docentes e discentes trazem novas questões para o ensino de
história do Brasil? Como a interlocução entre as prescrições e a experiência
escolar contribuem para a formulação curricular nos últimos tempos? Como
estudantes da educação básica tem aprendido história e como esse processo tem
repercutido no processo de construção de seu pensamento histórico?
Como espaço de diálogo e construção conjunta de
saberes o presente texto indica as perguntas de uma pesquisa em desenvolvimento
na expectativa de receber questionamentos e através deles tecer as reflexões
necessárias ao processo de investigação. Nesse sentido, o grupo composto de
pesquisa agradece a leitura de nossas “inquietações” e aguarda as
contribuições.
Referências
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História na Reflexao Didática. Dossiê História em Quadro Negro: escola, ensino
e aprendizagem. Revista Brasileira de
História. São Paulo. Vol 9, n. 19, set 89/fev 1990, p. 29-42
BITTENCOURT, Circe.
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In: CARRETERO, Mario; ROSA, Alberto;
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da história e memória coletiva. Porto
Alegre: Artmed, 2007
CHERVEL, André.
História das disciplinas escolares: reflexões sobre um campo de pesquisa. In: Revista Teoria e Educação. Porto
Alegre: UFRGS, no. 2, 1990, p. 177-229.
FONSECA, Thais Nivia
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Belo Horizonte: Autêntica Editora, 2011.
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antigos manuais escolares aos modernos livros didáticos de história (Brasil,
décadas de 1960, 1990). In: SILVA, Cristiani Bereta da; ZAMBONI, Ernesta.
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MONTEIRO, Ana Maria.
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SCHMIDT, Maria
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SCHMIDT, Maria
Auxiliadora M. dos Santos. BARCA, Isabel. MARTINS, Estevão R. Jörn Rüsen e o ensino de história.
Curitiba: UFPR, 2010.
Olá professora,
ResponderExcluirConsiderando os estudos realizados acerca do período da ditadura civil-militar, em especial a lei 5.692/71, questiono: quais as possíveis semelhanças que podem ser apontadas entre este período e a recém-aprovada lei 13.415/17, que trata da reforma do Ensino Médio?
Maicon Roberto Poli de Aguiar
Oi Maicon - penso que sua resposta demanda um estudo mais complexo. O que posso lhe dizer pelo que ainda estou compreendendo (ou tentando compreender) a respeito da Lei 13.415/17 é que sua estruturação está nos colocando diante de uma fragmentação. Penso isso a partir de todas as questões que a lei propõe como "não obrigatória". Exemplo disso é o Ensino de História, fato que muito nos preocupa. Não é mesmo? Assim as semelhança que vejo entre esses dois momentos e as duas leis é a imposição de processos educacionais fragmentados e dualizados pois certamente as escolas públicas e particulares terão percursos diferentes.
ExcluirAgradeço sua leitura e voltamos a falar sobre isso pois temos muitos enfrentamentos pela frente! abraço.
Nesse ano, depois de muitas discussões, a BNCC chegou a sua 3ª versão, na qual o documento final estava previsto para março. Além da mudança dos conteúdos ensinados na sala de aula, desde o final do ano passado o governo anunciou uma reforma do ensino médio, que assim como a BNCC causou grandes polêmicas, principalmente com a diminuição das disciplinas obrigatórias, entre elas a História. Nesse sentido, gostaria de lhe perguntar: Sei que não temos como prever o que irar ocorrer, mas o que podemos esperar com relação ao ensino/aprendizagem da disciplina de história, a partir das mudanças propostas tanto pela BNCC quanto, pela reforma do Ensino Médio? E qual deve ser o papel das universidades em relação a essas reformas, sobretudo os cursos de licenciaturas?
ResponderExcluirLáisson Menezes Luiz
Láisson - que pergunta difícil! Acredito que nas universidades o nosso trabalho é propor e realizar os debates sobre todas essas reformas. Contudo tais debates não podem ficar restritos aos espaços universitários, pelo contrário precisam dialogar com a sociedade de modo geral pois todos nós ainda estamos tentando compreender as suas implicações. Como você bem disse, não temos como prever o que vai acontecer mas as evidências apontam que as relações de ensino e aprendizagem de história, por exemplo estão comprometidas na medida que em que deixa de ser obrigatória. Não é mesmo?
ExcluirAgradeço a sua leitura.
Boa tarde equipe, tudo bom? Achei o projeto bastante interessante, principalmente por ser professor de Metodologia de Ensino de História no curso de Pedagogia e as inquietações de "o que ensinar", perpassa toda a disciplina. Nesse sentido, apesar de ser uma pesquisa em andamento, gostaria de saber se já se tem mapeado, principalmente, os conteúdos silenciados na História do Brasil? Sobre questões metodológicas, o projeto pretende responder a questão levantada sobre "qual a apropriação dos mesmos pelos estudantes?". Obrigado e parabéns.
ResponderExcluirJackson Alexsandro Peres
Oi Jackson - ainda estamos mapeando os conteúdos prescritos e a forma de abordagens desses nos livros didáticos, por exemplo. Aliás, começamos essa tarefa essa semana e as bolsistas de IC estão especialmente curiosas para acompanhar e relacionar os coneudos estudados por elas nas disciplinas do curso e o que está presente nos livros. Em breve teremos mais reflexões sobre isso. Também pretendemos acompanhar o processo de ensino em escolas de educação básica e penso que esse movimento também nos permitirá conhecer as apropriações dos estudantes, as escolhas dos professores, etc. Espero que em breve eu possa responder sua questão de modo mais efetivo. Um abraço e obrigada por sua leitura.
ExcluirObrigado professora e equipe. Lendo a pergunta vi que faltou uma parte. Eu queria saber qual será a metodologia aplicada para responder a questão da apropriação dos alunos. O que se pretende fazer nas escolas básicas? Questionários com alunos e professores? Análise de provas? Era isso que queria saber. Fiquei curioso. Abraços
ExcluirJackson Alexsandro Peres
Olá.
ResponderExcluirSou professor de ensino fundamental em escolas da periferia. Percebo que os livros didáticos têm um bom conteúdo, mas parecem mais feitos para os professores que para os alunos. Conteúdo é bom, mas extenso e nem sempre as atividades propostas são as mais adequadas para trabalhar em classe. Considero importante ter um livro de referÊncia, mas não seria o caso de buscarmos materiais didáticos menos "livrescos" e procurar outras suportes, que estimulem a pesquisa e a interação, desenvolvendo o raciocínio histórico?
Olá César - acredito que nenhum recurso didático deva ter ser único - tão pouco visto como instrumento de verdade - no processo de ensino. Nesse sentido acredito que tanto os livros, quanto textos de internet, documentos históricos, linguagens como filmes, músicas, etc devam fazer parte do material de trabalho dos professores que podem e devem mobiliza-los de modo a propiciar a seus estudantes reflexões sobre os temas que estão estudando. Muitas pesquisas na área de ensino de história têm demonstrando que o aprendizado histórico é um processo bastante diverso e dinamico onde se aprende através de experiencias escolares e extra-escolares vivenciadas justamente do contato dos sujeitos com informações que lhes chegam por diferentes "recursos".
ExcluirObrigada pela seu leitura do nosso trabalho, abraço!
Gerson Luiz Buczenko.
ResponderExcluirOlá Professora. Tudo bem. Trabalhei com vários livros didáticos e paradidáticos nas aulas de História para o Ensino Médio e Superior. Percebi, invariavelmente, a tecitura do fato histórico, por vezes, de forma muito abrangente, e vejo isso como um problema para os alunos mais interessados, que desejam saber saber mais sobre o fato histórico, principalmente em relação à História do Brasil. Por vezes, parece que a crítica ou maiores detalhes ficam por conta do Professor de História, se este tem o tempo necessário para a pesquisa e construção crítica do fato histórico. Assim pergunto como a Professora percebe essa construção crítica da História nos Livros didáticos, ela está presente?
Oi Gerson, sua pergunta é pertinente e bastante complexa exige uma reflexão sobre o papel do livro didática no ensino, os processos de produção e avaliação dos mesmos, etc. Para ser mais objetiva aqui posso lhe dizer que a questão da critica dependerá muito do projeto/concepção do livro. Acredito pessoalmente que ela seja sim um elemento necessário a todos os livros, afinal a narrativa "vazia" dos conteúdos é uma opção bem fragmentada que propicia apenas informações aos estudantes. Nesse sentido entendo que nós professores temos muitos compromissos com a escolha e o uso dos livros em nossas aulas.
ExcluirAgradeço sua leitura!
abraço
Boa noite.
ResponderExcluirA escola deve estar comprometida com a sociedade e assim impulsionar o seu desenvolvimento.
Como o desenvolvimento de habilidades contribui para a aprendizagem da História ao mesmo tempo que promove o desenvolvimento do aluno?
Ass.
HELOISA HELENA CAMPELO RODRIGUES DA ROCHA
Oi Heloisa, acredito que a aprendizagem da História pode nos possibilitar muitas "habilidades". No entanto não gosto de formatar em conceitos o que seriam ela. Prefiro pensar e trabalhar com a ideia que o aprendizado histórico nos permite olhar para nossas experiencias de passado e presente de modo a compreende-las, poder refletir e emitir opiniões sobre as mesmas de modo critico, respeitando as diferenças de tempo, cultura, etc. Enfim acredito que temos muitas contribuições a dar para a formação dos estudantes e talvez a principal delas seja a formação de uma sensibilidade para compreender o que é a história para além de aprendizado de conteúdos.
ExcluirAgradeço a sua leitura, abraço.
ResponderExcluirÓtima pesquisa,
Professora Nucia neste processo de reconstrução no Ensino de História ao longo do tempo.
Como você observa a Reforma do Ensino Médio no que tange a disciplina de História?
Atenciosamente
Lucivaine Melo da Silva
Lucivaine, nós todos ainda estamos conhecendo e tentando nos localizar na Reforma do Ensino Médio. Hoje posso dizer que a vejo com muita preocupação. Como professora formadora de professores de história lido com as dúvidas de que rumos nossa profissão tomará...que desafios enfrentaremos! Isso porque desde que a reforma foi anunciada e diante da ideia da não obrigatoriedade nos currículos estamos diante de escolhas sobre as quais não teremos muito forma de opinião a não ser exercendo pressão sobre os governos estaduais e exigindo a presença da disciplina nos currículos justamente apresentando sua importante contribuição para estudantes de diferentes níveis de escolarização. Assim ainda que não tenha uma resposta definitiva a sua pergunta visto justamente ainda estar tentando compreender a que caminhos essa reforma nos levará vejo que precisamos de muita mobilização e luta!
ResponderExcluirAgradeço sua leitura, ab.