Páginas

José Nascimento [b]

A HISTÓRIA ENSINADA NO ENSINO FUNDAMENTAL SÉRIES INICIAIS
José Lúcio Nascimento Júnior
Mestrando em História PPGH-UERJ

Quando se pensa o ensino de História no Brasil recorda-se que ele também tem sua História. A criação do Colégio Pedro II (CPII) e do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro (IHGB) em 1838 estão ligados a consolidação do Estado Nacional Brasileiro recém-criado em 1822 pela Proclamação da Independência e que também foram responsáveis por criar, respectivamente, os paradigmas do ensino e da ciência histórica ao longo do século XIX. Estas duas instituições auxiliaram a desenvolver a forma de se pensar a História e seu ensino no Brasil até o surgimento das Universidades e dos cursos de História na década de 1930.
O modelo de ensino de História criado pelo CPII em 1931 ainda influencia a forma como se ensina nos dias atuais (ABUD: 2007). O que não significa que o mesmo não tenha passado por modificações, em especial, desde a década de 1980 (FONSECA: 2007). Como não podemos dizer que a forma de se ensinar no Brasil foi sempre a mesma. Neste sentido, o presente texto apresenta alguns apontamentos sobre o ensino de História nas primeiras séries do ensino fundamental demonstrando algumas de suas especificidades.

O ensino fundamental e o ensino de história no século xx
Ao longo da história da educação brasileira, a organização e divisão de tarefas dos professores guardam algumas características. Enquanto no Ensino Médio e Ensino Fundamental Séries Finais (EFII), ou seja, do 6º ao 9º ano, se tem professores especialistas para cada disciplina; no Ensino Fundamental Séries Iniciais (EFI), isto é, do 1º ao 5º ano, se conta com a presença de um professor generalista, formado nos Cursos Normal ou tendo Nível Superior em Pedagogia (BRITES: 1985; BRASIL: 1996). Essa divisão leva a questionar-se quais são as diferenças nas práticas pedagógicas entre estes dois seguimentos.
Para Brites (1985), ensinar história no EFI possui características próprias, uma delas o fato desse ensino ser conduzido por professores generalistas. Ao analisar as características do ensino de história em São Paulo na década de 1980, Brites (1985) nos diz o currículo de História se baseava em atividades cívicas, apresentando a História como algo fragmentado e já dado. O programa de História visava valorizar os grandes homens e minimizar os conflitos sociais, tal como, propunha Max Fleiuss em 1940, em um artigo intitulado Ensino de História da Civilização do Brasil.
Quando se analisa as propostas de História dos membros do IHGB entre as décadas de 1920/40. O próprio Max Fleiuss, no artigo citado, indicava que o fim da disciplina de História do Brasil nos 4º e 5º sérias do curso secundário, que seria ensinada junto aos conteúdos de História da Civilização, realizada pela Reforma de Francisco Campos em 1931 não contribuiria para a formação do nacionalismo e o desenvolvimento do patriotismo. A supressão da disciplina foi revogada por Gustavo Capanema, na década de 1940, fazendo com que os estudantes voltassem a estudar separadamente História do Brasil e História da Civilização.  
Ao examinar o ensino de História no Ensino Fundamental, na França no início do século XX, Antoine Prost destaca que ele se baseava na história dos Grandes Heróis da história francesa e na memorização de fatos, datas e nomes. Na França a reforma na educação realizada em 1969, suprimiu a História como disciplina ensinada EFI, o que levou a uma série de protestos e discussões sobre o valor que ela possuía como disciplina escolar, mesmo que não houvesse um conjunto de pesquisas que demonstrassem seu valor real, e que culminou no seu retorno na década de 1980. A tradição de uma história factual e que objetivava formar patriotas como parte de sua função no EFI não era uma realidade apenas brasileira ao longo do século XX.
Na década de 1980 alguns pesquisadores destacam que ocorreram mudanças na forma de ensinar História nos diferentes seguimentos de ensino (BRITES: 1985; ABUD: 2007; FONSECA: 2007). Lembremos que neste período sociedade brasileira viveu a passagem da Ditadura Civil-Militar para o Governo Democrático, o ensino de História até então, ligava-se ao desenvolvimento do patriotismo e do nacionalismo. A realização de uma série de eventos nas Escolas de EFI fazia com que alguns professores ignorassem as mudanças curriculares e continuassem com a prática de tratar a História como base para a comemoração dos feitos das grandes personalidades (BRITES: 1985).
Na década de 1990, cabe considerar as transformações propostas pelos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN’s) para o ensino de História. Esse documento apresentava uma proposta de História que tentava romper com a visão da história como realização dos feitos de grandes personalidades, assim como de uma perspectiva eurocêntrica; contudo, a proposta de organização por eixo temático não foi bem acolhida pelos professores que, muitas vezes, viram essa forma de organização como uma forma de não se fazer/ensinar História.
Os livros didáticos, também, são importantes ferramentas para se pensar a prática docente (ABUD: 2007). Na década de 1980/90, mesmo trazendo inovações nos métodos de escrita da História (a História como processo ao invés de uma História dos acontecimentos), ainda trazem uma visão eurocêntrica de história, tendo apenas um quarto de seu conteúdo voltado para a História do Brasil. Outro ponto presente nos livros à visão da História como algo dado, acabado e não como fruto da ação e de escolhas dos diferentes atores sociais envolvidos nos processos históricos (ABUD: 2007).

O Ensino Fundamental I e o ensino de História no século XXI
Cabe destacar que existem transformações ocorrendo no Ensino de História nas primeiras décadas do século XXI. Duas experiências ocorridas na UERJ servem como exemplo desta mudança, que não necessariamente pode ser generalizada para todo o Brasil, mas que mostra indícios de transformações que vem ocorrendo (MENEZES; SILVA: 2007; GONÇALVES: 2007). Da Faculdade de Formações de Professores da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (FFP-UERJ), em São Gonçalo, existem pesquisas que incentivam o uso de História Local como forma mudar o olhar sobre a História. Tal modificação na perspectiva historiografia se liga a influência da Micro-história italiana e o crescimento e valorização do localcomo objeto de pesquisa/ensino. Buscam-se as relações de complementariedade e rupturas entre o local, o regional e nacional (GONÇALVES: 2007).
No Laboratório de Ensino e Prática do Colégio de Aplicação da mesma Universidade (FFP-UERJ) se debate novas propostas para ensino história no EFI (MENEZES; SILVA: 2007). Partindo da relação da temática da Identidade buscando compreender as relações de tempo-espaço e Identidade Local versusIdentidade Global, propõe-se a atividade de campo como forma de se conhecer a História Local, no bairro e na cidade, levando os alunos a questionar a realidade na qual estão inseridos. Os conceitos de Memória e Patrimônio são importantes, nesse sentido, por se constituírem como ferramentas para se pensar o conhecimento histórico como algo próximo a realidade vivida (MENEZES; SILVA: 2007). Estas duas experiências demonstram que a Ensino de história tem se mostrado como uma área de pesquisa frutífera, tanto para o historiador e professor de EFII e Médio, como para o Pedagogo no EFI.

Considerações finais
O ensino de História no EFI tem passado por modificações nos últimos anos. Isso se deve pela busca de diminuição das barreiras entre a História e a Educação, e da Universidade e a Educação Básica. Além disso, o crescimento no número de programas de Pós-graduação, seja em História, seja em Educação, tem proporcionado que um número maior de professores da Educação Básica tem acesso a esses cursos e possam pensar sobre sua experiência a partir do instrumental teórico-metodológico desenvolvido na universidade. Isso não significa que não se tenha muito a se fazer para unir esses mundos que são próximos, mas muitas vezes, se colocam como tão distantes.
Assim como a história ensina no EFI, atualmente, pode muito mais do que ter uma perspectiva tradicional e calcada na trajetória dos grandes homens da nação. Ela pode valor os novos atores que as novas abordagens teórico-metodológicas trouxeram a cena. Os monumentos e patrimônios, os sujeitos e práticas locais podem (e contribuem muito) para o desenvolvimento da compreensão de que a história é uma ciência que possibilita a compreensão do meu lugar no mundo.

Referências bibliográficas
ABUD, K. A história nossa de cada dia: saber escolar e acadêmico na sala de aula. in.: MONTEIRO, A. et. al. (org.) Ensino da História. Rio de Janeiro: Faperj / Mauad X, 2007, p. 107 – 117.
BRITES, O. A criança e a história que lhe é ensinada. Revista Brasileira de História.  São Paulo: vol. 5, nº 10, p. 247-250, mar./ago de 1985.
FLEIUSS, Max (1940) Ensino de História da Civilização do Brasil [artigo manuscrito]. Arquivo Pessoal do autor no IHGB, DL 801, Pasta 65.
FONSECA, S. A constituição de saberes pedagógicos para o ensino de história na Educação Básica. in.: MONTEIRO, A. et. al. (org.) Ensino da História. Rio de Janeiro: Faperj / Mauad, 2007, p. 149-156.
GONÇALVES, M. História Local: o reconhecimento da identidade pelo caminho da insignificância. in.: MONTEIRO, A. et. al. (org.) Ensino da História. Rio de Janeiro: Faperj / Mauad, 2007, p. 175 – 185.
MENEZES, L.; SILVA, Mª. Ensinando história nas séries iniciais: alfabetizando o olhar. in.: MONTEIRO, A. et. al. (org.) Ensino da História. Rio de Janeiro: Faperj / Mauad, 2007, p. 215 – 228.
PROST, A. A história na Sociedade Francesa (Século XIX e XX). in. Doze lições sobre História. 2ª Ed. Belo Horizonte: Autentica, 2014, p. 13 – 32.

16 comentários:

  1. Prezado José Lucio Nascimento Jr
    desculpe se repito, mas não fiquei certo se meu comentário foi enviado.
    Gostaria que você falasse um pouco mais das duas experiências na UERJ acerca do incentivo da história local e da temática da identidade, dos conceitos de memória e patrimônio na busca de compreensão do lugar que se ocupa no mundo. falasse da adesão ou resistência dos professores a tais propostas e novas práticas e da receptividade dos discentes à elas. valdeci rezende borges

    ResponderExcluir
  2. Boa tarde,

    Ensinar História nos anos iniciais do Ensino Fundamental se torna dificultoso diante da formação generalista dos(as) pedagogos(as), como as experiências da UERJ trabalham diante dessa dificuldade, construíram algum tipo de material de apoio, já que os livros didáticos - PNLD - não abordam a História Local, e como isso poderia ser disseminado, isto é, chegar até as salas de aula. Obrigado

    Ramires Carvalho

    ResponderExcluir
  3. Na sua perspectiva a história regional e local é importante para o ensino nas séries iniciais? Part: Edivaldo Rafael de Souza

    ResponderExcluir
  4. Olá José,

    Acredito, por experiência própria, que a maior dificuldade está na resistência de professores e professoras das séries iniciais, em avançarem nas discussões em parceria, com os professores e professoras das séries finais e do ensino médio. Para muitos destes, é mais prático reproduzir a informação do livro didático, do que construir uma compreensão menos positivista da História, justificando muitas vezes, que o importante é Língua Portuguesa e Matemática.

    Na sua opinião, como romper com essa barreira? Remodelar a formação da pedagogia? Promover cursos, que aprofundem os conhecimentos destes profissionais paralelo ao curso ou ao trabalho efetivamente executado em sala de aula?

    Maicon Roberto Poli de Aguiar.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Boa noite, Maicon Roberto Poli de Aguiar.

      Para responder a sua proposição ou reformularia a questão: será que nós historiadores estamos produzindo conhecimento para além dos nossos muros? Será que estamos sabendo dialogar com esses profissionais ou estamos levando a solução pronta?

      Vou explicar porque coloco dessa maneira. Atuo como professor de conhecimentos pedagógicos em cursos preparatórios a mais de cinco anos; um dos grupos que mais tenho alunos é de professores das séries iniciais, até mesmo mais que turma de historiadores. Nesse tempo, percebi que, muitas vezes, em termos de conhecimento histórico e historiográfico~eu não conseguia dialoar com eles. Foi então que mudei a perspectiva: perguntei quais eram as dificuldades. Muitos ensinavam história tal como haviam aprendido no ensino médio e/ou a partir da disciplina de metodologia de ensino de história que viam no curso de pedagogia, que nem sempre era ministrada por historiadores. Então, muitas vezes, o que eles queriam eram conhecer mais para saber como ensinar (em uma perspectiva bem propedeutica mesmo).

      Quanto a questão da importância a Língua Portuguesa e a Matemática, ela não vem dos professores(as) do Ensino Fundamental, mas de programas do governo federal e da tradição escolar brasileira. Quanto ao primeiro, destaco que toda a escola que possui o programa Mais educação tem que oferecer as oficinas de Letramento e Matemática; as que se relcionam ao conhecimento geralmente não são exploradas ou quando são, isto é feito por leigos, uma vez que o programa não prevê que seja necessária formãção para atuar na oficina e as bolsas pagas para os oficineiros é de uma valor muito baixo.

      Recentemente, assistindo a um congresso de Ensino de Ciências que minha esposa foi apresentar um trabalho vi uma fala de uma professora do ensino fundamental que me chamou a atenção; de acordo com ela, nos mais de dez anos de prática escolar que ela possuia na rede pública, apenas nos primeiros anos ela deu ênfase as ciêncas (naturais) e a ciência humanas; em sua apresentação na mesa sobre ensino de ciências, que partia da análise de seus portifólios de avaliação, ela foi demonstrando como a cobrança por resultados em Português e Matemática fez com que se afastasse das ciências naturais e humanas.

      Uma mudança no curso de pedagogia poderia ajudar mas não resolveria, a meu ver, o problema. A visão que a sociedade possuia sobre o que é importante ainda parte da noção de boa escola do século XIX, onde as pessoas deveriam aprender a ler e a contar. Essa mudança deve vir de: (i) uma maior aproximação dos cursos de História com os de pedagogia, inclusive auxilian em pesquisa na formação de professores; (ii) uma maior aproximação entre a pesquisa acedêmica e a história ensinada na escola, seja no ensino fundamental ou no ensino médio; (iii) produção de material de apoio didático pedagógico e de formação continuada para esse segmento; e (iv) de uma maior abertura nossa enquanto historiadores para produzir conhecimento que seja intelegível para pessoas e profissionais que não são da área de história.

      Espero ter respondido, qual quer coisa me manda um e-mail e trocamos mais informações.

      José Nascimento

      Excluir
  5. Boa noite, Valdeci.

    Os projetos que comento no texto acima foram desenvolvidos na FFP-UERJ (São Gonçalo). Sou aluno da UERJ/Maracanã. O que posso te falar a partir do que eles publicaram é que o projeto parte de uma perspectiva de pesquisa e ensino que a FFP-UERJ possui: pensar a territorialidade e a localidade como objeto da história. Foram desenvolvidos trabalhos de graduação e mestrado que vale apenas conferir.

    Quando a adesão dos professores não tenho como dar dados concretos, pois como falei não acompanhei a pesquisa tão de perto.

    Agora, como professor da rede estadual tenho percebido que os alunos se interessam mais quando vêem sua localidade fazendo parte do estudo regular. Um exemplo de atividade que desenvolvi em uma escol estadual localizada no bairro do Chaperó, em Itaguaí (RJ), foi podir que os alunos fotografassem na cidade tudo que achavam que era histórico; na aula seguinte eles tinham que apresentar a foto e o porquê da escola. As fotos ficaram fantásticas e o trabalho rendeu tantos frutos que a maioria dos alunos relatavam fazer muito esforço para não faltar as aulas, uma vez que era noturno e muitos trabalhavam. Uma pena foi que não sintetizei o trabalho para apresentá-lo como uma prática didática.

    Além disso, no ano passado, apresentei no 2º Simpósio Eletrônico uma prática de aula com muinhas turmas de História Regional e Patrimônio Cultural do curso de técnico em Guia de Turismo. Venho ministrando as disciplinas há mais de seis anos e tenho visto como os alunos se surpreendem quando observam na cidade monumentos que remetem a fatos estudados em sala. Muitas dúvidas que os discentes trazem da formação no Ensino Básico (Fundamental e Médio) são sanadas ou reformuladas a partir da expriência de visitação a atrativos e monumentos históricos.

    Espero ter respondido, qual quer coisa me manda um e-mail e trocamos mais informações.

    José Nascimento

    ResponderExcluir
  6. Ramires Carvalho

    No caso das professoras da UERJ, elas são historiadoras que lecionam no curso de pedagogia. Isso tem contribuido para auxiliar na formação. Essa experiência tem sido realizada em outras universidades no Rio de Janeiro tabém, onde historiadores são as responsáveis pelas disciplinas de metodologia de ensino de história para Ensino fundamental séries inicias.
    Outra saída tem sido o PIBIC e o PIBID.

    Espero ter respondido, qual quer coisa me manda um e-mail e trocamos mais informações.

    José Nascimento

    ResponderExcluir
  7. Boa noite, Edivaldo Rafael de Souza.

    Considero muito importante, pois no caso dos discentes da séries iniciais reconhecer a importância do local onde moram ajuda na construção da identidade. pesquisas recentes tem demonstrado que o estudo da história local pode ser uma ferramenta útil para aqueles que querem aproximar a história da vivência do estudante indo além da história da família. Muitas vezes, compreender como se formou o bairro ajuda os estudantes a valoriza-lo mais.

    Agora, a outra face da moeda consiste em nós, historiadores, também observarmos as especifidades curriculares e do nível (Ensino Fundamental Séries Inciais - EFSI) para contribuir com a formação dos professores que nele atuam. As experiências de troca muitas vezes começa na formação dos professores.

    Por exemplo: fui convidado para ministrar aulas para um grupo de professores do EFSI que iam prestar concurso para o munício de Mangaratiba (RJ). Ministrei três encontros de quatro horas com base no material que o edital do concurso disponibilizava. O que ouvi daqueles professores era que muitas vezes, como contratados da prefeitura ou em escolas particulares, eles ministravam história da cidade sem nem mesmo eles compreenderem bem. Foi daí que surgiu o interesse em observar esse tema. Não estou condizindo ele como pesquisa de mestrado, mas tenho buscado acompnhar as publicações e debates sobre o tema e posso te afirmar que precisamos pensar a formação desse profissionais generalistas que atuam com o conhecimento histórico, produzinho textos de apoio e, junto com eles, se necessário, material didático que possa ser utilizado em sala de aula.

    Espero ter respondido, qual quer coisa me manda um e-mail e trocamos mais informações.

    José Nascimento

    ResponderExcluir
  8. Boa Noite, José Lúcio!
    Parabéns por trazer essa discussão, uma vez que a preocupação com o ensino de História nos Anos Iniciais tem sido uma constante em minha prática e não me parece que tenhamos um movimento muito consistente em direção à procura de soluções para os problemas identificados.
    Você diria que os professores dos Anos Iniciais sentiriam menos dificuldades se os cursos das áreas de Pedagogia e História estabelecessem um diálogo formativo?

    Olga Suely Teixeira, Professora de História em Natal/RN

    ResponderExcluir
  9. Boa noite, Olga.

    Certamente. O diálogo é fundamental. Posso falar isso pela experiência como professor de conhecimentos pedagógicos para concurso. Muitas vezes utilizo ferramentas da história intelectual para demonstrar para os discentes questões teóricas levantadas pelos diferentes pensadores da educação. Além disso, tenho cada vez mais percebido que o diálogo pode facilitar o trabalho do pedagogo no Ensino Fundamental cono o do historiador ao pensar caminhos formativos para os professores das séries iniciais.

    Esse diálogo pode favorecer, por exemplo, o interesse pela história. Uma vez bem tratada nas séries iniciais, o prazer pela pesquisa histórica pode seguir ao longo das séries finais e ensino médio.

    Espero ter respondido sua questão.

    José Lúcio

    ResponderExcluir
  10. José Lúcio acredito que o caminho esteja na formação básica desse educador das séries iniciais até sua formação continuada.
    Eu, enquanto educadora das séries iniciais até uns 15 anos atrás repetia da mesma forma que aprendi a história em forma de decoreba, seguia o livro didático e quando chegava o livro com a história do município, no caso Belford Roxo que acabava de ser emancipado. Vejo o seu estudo importante para os novos estudantes e para os novos colegas que serão professores de história que sejam mais do que isso mas historiadores como você.
    Está de parabéns com o objeto de pesquisa em questão. Espero que meu comentário tenha contribuído até porque nunca foi uma disciplina que gostei muito, talvez por não ter sido tão bem trabalhada pelos professores que passaram em minha vida.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Boa noite, Andrea.
      Fico feliz que tenha gostado e devemos seguir como debate sobre Metodologia de Ensino nas Séries iniciais nas diferentes áreas.

      Excluir
  11. Boa noite!

    Primeiramente gostaria de lhe parabenizar pelo texto, sendo esse uma excelente contribuição para a reflexão acerca do ensino de História no Ensino Fundamental I.

    Ainda acerca desse tema gostaria de saber: a partir da sua pesquisa e experiência, qual você acha que pode ser o papel dos arquivos e museus para a construção de um conhecimento histórico crítico, buscando fugir da História positiva? Você poderia falar um pouco sobre isso?

    Desde já agradeço!

    Rafaella Franchin de Sousa

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Rafaela, boa noite.
      Sua pergunta deve ser respondida em duas partes. A primeira se liga a pensar qual é o papel do museu e do arquivo público. Em ambos temos a questão da guarda de objetos considerandos social e culturalmente importantes. Mas, no caso dos museus, geralmente eles contam com serviçoa de apoio a educação (o nome pode variar, mas a ideiaé a mesma, peestar apoio a atividades pedagógicas), o que já facilita a ação docente. No caso do arquivo publico, geralemente a integração ocorre quando há exposições e eventos.

      Quanto a segunda parte, temos que lembrar que as escolas (logo as secretarias de educação) precisam prover meios para que ocorra a visita. Assim, facilitando a ação docente.

      Espero ter respondido.

      Excluir
  12. "será que nós historiadores estamos produzindo conhecimento para além dos nossos muros? Será que estamos sabendo dialogar com esses profissionais ou estamos levando a solução pronta?".

    B I N G O

    Parabéns pelo texto, José!

    ResponderExcluir
  13. Bom dia, Caroline.

    Fico feliz que vc tenha lido e texto e visto as respostas do debate. Vamos pensar obser historiador juntos.

    ResponderExcluir

Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.