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Felipe Oliveira

UNINDO O ÚTIL AO AGRADÁVEL: UMA BREVE ANÁLISE SOBRE AS TEMÁTICAS DOS QUADRINHOS (COMICS E MANGÁS) DIANTE DA PERSPECTIVA DO ENSINO DE HISTÓRIA
Felipe Adriano Alves de Oliveira
FAFIT

Introdução
O entretenimento sempre esteve atrelado a um conjunto de atividades com propósito de distrair e divertir, seja um filme, uma música ou uma leitura descontraída. Com o advento da internet as formas de entretenimento tem se pluralizado e se difundido de uma maneira mais eficiente entre a população mundial, tornando o mais acessível. Essa acessibilidade tem atingido diversas esferas do convívio social inclusive na área da educação (LUYTEN, 1985; 2014).
Como mencionado anteriormente, as formas de entretenimento são diversas, sendo sua maior parte voltada a produção industrializada. É diante desse processo que surgiu um novo conceito de cultura, denominado “cultura pop”. De acordo com Luyten (2014), e Khumthukthit (2010), a cultura pop se caracteriza pelo conjunto de manifestações culturais voltadas ao entretenimento que se estabelece em produções de filmes, séries, animações, vídeos, programas de TV, músicas e literatura, sendo essa última pautada inclusive pela produção de histórias em quadrinhos (HQs). Pode se considerar portanto, que a cultura pop é uma cultura do entretenimento.
Tomando como ponto central as temáticas que as HQs abordam e sua utilidade histórica, é importante ressaltar a sua importância enquanto material de uso histórico, pois com a ampliação do conceito de fonte histórica pela historiografia, mais precisamente durante a 3ª Geração de Annales, diversos materiais sendo estes, parte de uma produção social, foram considerados fontes de pesquisa, pois carregam consigo valores, mentalidades, vivências e construção de um saber social. Diante disso, a vertente historiográfica denominada “História Cultural” passou a fazer o uso dos materiais que fossem parte de produtos culturais como rica fonte de pesquisa. Com isso pode ser citado, por exemplo, o historiador Chartier e sua discussão em torno do conceito de representação e leitura (REIS, 2004; TÉTART, 2000).  
Alguns historiadores que visam o campo da educação escolar, tal como Fronza (2012), destaca que:
Deslocando a discussão das estratégias didáticas para uma concepção de aprendizagem baseada na narrativa histórica dos sujeitos, faz-se possível fundamentar a autoria do relato do estudante e do professor historiador e indicar o sincretismo da História, principalmente pelo aparecimento de múltiplas temporalidades reveladas pelas respostas e narrativas do mesmo. (FRONZA, 2012, p. 06).
Fronza (2012) argumenta que as narrativas descritas nas HQs auxiliam a complementar o aprendizado obtido através da leitura de textos, pois suas ilustrações despertam o interesse e auxiliam na cognição histórica. Nesse sentido, o presente artigo se destina a fazer uma breve discussão das temáticas históricas presente nas HQs diante da perspectiva de aprendizagem histórica, unindo dessa forma, o entretenimento e o ensino da disciplina de história.
 A utilização das histórias em quadrinhos como material auxiliar no ensino de história, exige do professor uma metodologia, para que dessa forma, as aulas sejam produtivas e os alunos possam extrair elementos que induzam o desenvolvimento da análise, interpretação e consciência histórica. A escolha dos quadrinhos como ferramenta para a aprendizagem histórica parte de uma premissa estratégica, já que a tipologia desse entretenimento alcança um público-alvo sendo sua maioria jovens estudantes, tanto em processo de alfabetização quanto alfabetizados (FRONZA, 2012).

Discutindo a relação: As histórias em quadrinhos e os fatos históricos
As histórias em quadrinhos carregam consigo elementos variados em sua temática, que apesar de alcançar um público jovem adolescente, e até mesmo adultos, visa a atenção de seus leitores, mesclando muitas vezes elementos e fatos históricos junto a uma narrativa de cunho fictício. Isso tudo é presente tanto nos comics - quadrinhos estadunidenses, sendo a DC Comics e Marvel suas principais editoras -, quanto nos mangás – quadrinhos de origem japonesa, sendo a Kodansha e Shueisha suas maiores editoras (OLIVEIRA, 2016).
A lista de quadrinhos que carregam consigo elementos históricos é complexa, mas pode ser citado algumas, como por exemplo: do lado dos comics (X-man, Capitão América, Quarteto Fantástico), (GUERRA, 2011). Fazendo análises nos temas que esses comics abordam em suas histórias, é possível notar as representações históricas inseridas em seu conteúdo. De acordo com Luyten (1985), os quadrinhos são compostos por valores e elementos sociais, sendo eles mesmos veículos ideológicos.
Para Guerra (2011), os comics principalmente aqueles produzidos entre os anos de 1960 e 1980, carregam uma temática envolta por conflitos político-sociais. Fazendo a contextualização histórica desses períodos mencionados, os produtores dos comics estavam enfrentando um período de tensões entre os Estados Unidos e União Soviética, marcado dessa forma, pela Guerra Fria. McCloud (1995) se aprofunda nessas características presente entre a temporalidade histórica e seus produtores, e afirma que os quadrinhos são compostos pela mentalidade e vivência dos artistas, seguindo ao mesmo tempo as tendências político-sociais que os inserem.
Guerra (2011) cita alguns exemplos de histórias em quadrinhos e seu conteúdo: Os X-Men, por exemplo, produzido na década de 60, com uma narrativa sobre a convivência entre mutantes e pessoas comuns, fazem uma alegoria à luta social pela igualdade, sendo esses movimentos, expressivos nesse mesmo período, encabeçados por representantes como Martin Luther King e Malcolm X; O Capitão América criado nos anos 40, traz elementos tanto da 2ª Guerra Mundial e a luta contra inimigos nazistas, quanto da Guerra Fria; Enquanto o Quarteto Fantástico também criado na década de 60, aborda os acontecimentos da corrida armamentista e científica entre os dois países (EUA x URSS).
Os mangás já trazem consigo fatos históricos mais voltados para o contexto japonês, exceto alguns como Trinity Blood e Hellssing que dentro de suas histórias fictícias, carregam elementos da luta entre o catolicismo e protestantismo ocorrida no século XVI na Guerra dos Trinta Anos, e alguns pontos conflituosos na Irlanda do Norte que se desenrolaram entre os anos de 1968 e 1998. Os Cavaleiros do Zodíaco (Saint-Seya) faz uma abordagem envolvendo a mitologia grega e nórdica (DUTRA, 2014). Já os de contexto japonês têm-se os mangás Rorouni Kenshin (Samurai X), e Drifters que carregam o contexto do Japão feudal em suas histórias, além dos mangás expoentes sobre os conflitos da Segunda Guerra Mundial e Guerra Fria, sendo respectivamente, Hadashi no Gen, e Akira. (FEIJÓ, 2013; OLIVEIRA, 2016).
A relação que se estabelece entre as histórias em quadrinhos e fatos históricos é a da representação, pois a intencionalidade do artista que produz os quadrinhos é fazer a fusão entre sua vivência e a do leitor, ou o contexto em que ambos estão inseridos, além da ficção para dar corpo a sua história, atraindo dessa forma o leitor, que vai estabelecer uma conexão entre o seu conhecimento e o que está sendo lido, ou seja, haverá um processo interpretativo entre o leitor e o modo de leitura (EISNER, 1989).
Chartier (2002) coloca de modo sucinto que a representação se relaciona com as imagens, na qual pretende mostrar uma imagem presente no lugar de um objeto ausente, para que possa assim representá-lo, e é justamente nessa “ausência” que se desenvolve o processo da interpretação daquilo que não se encontra presente, surgindo dessa forma, as relações entre leitor/quadrinhos, e quadrinhos/fatos históricos, ou seja, o leitor é o “protagonista” dessa relação, cabe a ele relacionar os elementos históricos e compreendê-los.

História “e” quadrinhos: Uma forma eficiente de aprendizagem sobre análise e interpretação
Essa relação entre aluno e quadrinhos é trabalhada com o objetivo de que o aluno passe a desenvolver suas habilidades de interpretação, e isso apenas se dá com o processo da leitura, análise, e identificação do conteúdo, estabelecendo assim, o senso crítico, a compreensão, e associação com os fatos históricos.
Esse aspecto de ampliar a percepção histórica dos alunos por meio dos quadrinhos parte de uma premissa destacada por Rüsen (2010), de que os alunos dependendo do contato que estes têm com os fatos históricos, tendem a desenvolver as proto narrativas, ou seja, as ideias prévias de um determinado fato. Com a utilização dos quadrinhos com o objetivo de separar o que é fato e o que é ficção, instiga o processo de investigação dos alunos ao fazer tal análise, desenvolvendo uma percepção maximizada e equilibrada de suas narrativas (BARCA, 2007).
Considera-se, portanto, que as histórias em quadrinhos se estabelecem como objeto de análise, essa relação auxilia também na questão da noção dos alunos sobre a disciplina de história enquanto ciência e, com o esse projeto de investigação utilizando quadrinhos com os alunos, auxilia-os na participação enquanto agentes de construção histórica, em outras palavras, quando o professor utiliza os quadrinhos em sala de aula com os alunos para pesquisar determinados elementos inseridos nos quadrinhos e que fazem ligação com uma determinada temática – guerra fria por exemplo – os alunos precisam analisar as narrativas históricas contidas nos quadrinhos, o contexto de sua produção e qual a intenção que as ilustrações desejam causar no leitor.
 Já o contato dos alunos com os mangás, auxilia na ampliação e no contato com culturas diferentes das do ocidente. Feijó (2013) destaca que além de fazer essa ligação interpretativa entre realidade e ficção presente nas narrativas dos mangás, possibilita a apresentação de uma nova cultura, no caso, a cultura japonesa, enriquecendo as noções entre cultura oriental, e ocidental, ou seja, a percepção e compreensão do outro.
Diante disso, essa breve discussão contribui para abordagem sobre novas ferramentas que auxiliam na aprendizagem histórica e que propicia o desenvolvimento da consciência histórica e a aproximação dos alunos como sendo agentes da história, os quadrinhos sendo parte da cultura pop podem sim desempenhar um papel importante enquanto ferramenta de aprendizagem e objeto de pesquisa mesclando o ensino com o entretenimento, sendo “útil” em termos da utilização da disciplina de história, e o “agradável” como os quadrinhos enquanto material cotidiano de entretenimento a gerar significado para a aprendizagem.

Referências bibliográficas
BARCA, I. Investigação em Educação Histórica: possibilidades e desafios para aprendizagem histórica. In:_____SCHMIDT, M. A; GARCIA, T. M. F. B. (orgs). Perspectivas de investigação em educação histórica: atas das VI jornadas internacionais de educação histórica. vol. 1. Curitiba: Editora da Universidade Tecnológica Federal do Paraná, 2007, p. 26-42.
CHARTIER, R. A História cultural entre práticas e representações. Algés (Portugal): DIFEL, 2002.
DUTRA, D. S. A mitologia grega no mangá Saint Seya – Cavaleios do Zodíaco. Monografia (Graduação em História), Lajeado: Centro Universitário Univates. 2014.
EISNER, W. Quadrinhos e arte seqüencial. São Paulo: Martins Fontes, 1989.
FEIJÓ, L. C. C. Narrativa e Representação nos quadrinhos: A Restauração Meiji (186) nos mangás. (Dissertação), Pelotas: Universidade Federal de Pelotas – (Programa de Pós-Graduação em História), 2013.
FRONZA, M. A intersubjetividade e a verdade na aprendizagem histórica de jovens estudantes a partir das histórias em quadrinhos. (tese), Curitiba: Universidade Federal do Paraná, 2012.
GUERRA, F. V. Super Heróis Marvel e os conflitos sociais e políticos nos EUA (1961-1981). (Dissertação), Niterói: Universidade Federal Fluminense, 2011.
KHUMTHUKTHIT, P. A nova diplomacia do Japão. (Dissertação), Rio de Janeiro: PUC-Rio, 2010.
LUYTEN, S. M. B. Mangá e anime: ícones da cultura pop japonesa. São Paulo, 2014, (artigo). Fundação Japão em São Paulo.
_____, Histórias em Quadrinhos (leitura crítica). São Paulo: Edições Paulinas, 1985.
MCCLOUD, S. Desvendando os quadrinhos. São Paulo: Makron Books, 1995.
OLIVEIRA. F. A. A. MANGÁS, ENTRE A REALIDADE E A FICÇÃO: Um olhar histórico-analítico sobre o mangá Akira e sua relação com os “loucos anos 60” do Japão. (monografia), Itararé: Faculdades Integradas de Itararé, 2016.
REIS, J. C. Escola de Annales: a inovação em história. São Paulo: Paz e Terra, 2004.
RÜSEN. J. Narratividade e objetividade nas ciências históricas. In:____SCHIMIDT, M. A; BARCA. I; MARTINS, E. R. (orgs). Jorn Rüsen e o ensino de História. Curitiba: Ed. UFPR, 2010b. p. 93-103.
TÉTART, P. Pequena história dos historiadores. Bauru: EDUSC. 2000.




15 comentários:

  1. Como trabalhar os conteúdos das HQs, principalmente as norte-americanas, sem que haja um proselitismo político? Os quadrinhos do Capitão América, por exemplo, é carregado de um nacionalismo estadunidense muito forte em sua época e hoje já histórias sendo utilizadas como propagação ideológica contra o atual presidente dos EUA, Donald Trump.

    Maycon Alves Casado

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    1. Felipe Adriano Alves de Oliveira4 de abril de 2017 às 19:01

      Olá Maycon Alves Casado, realmente você tocou em um assunto chave, principalmente na questão dos comics, sendo então produzidos por estadunidenses carregam consigo valores patrióticos, pois bem, ao abordar uma discussão que inclua a utilização dos comics, por exemplo: a Segunda Guerra, ou a Guerra Fria, temas que mencionei em meu texto, recorre a valorização do imperialismo norte-americano e também o imperialismo capitalista (principalmente no segundo tema), diante disso cabe ao professor discutir esse proselitismo visível nos quadrinhos com os alunos, veja, a amplitude do debate histórico utilizando os comics é rica , justamente porque além de facilitar o olhar dos alunos na temática das guerras totais, há a necessidade de discutir os pontos de vista daqueles que produziram esses comics, então a forma de se trabalhar tal proselitismo é estabelecer um plano de aula que insira um debate em torno desse assunto com os alunos. Espero ter respondido sua questão Maycon, abraço!
      Felipe Adriano Alves de Oliveira

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    2. Maycon Alves Casado6 de abril de 2017 às 14:25

      Respondeu sim. Agradeço a atenção.

      Maycon Alves Casado

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  2. Glauber Paiva da Silva3 de abril de 2017 às 11:25

    Como historiador e apreciador de HQs e Mangás adorei seu texto, e concordo plenamente que é uma metodologia extremamente interessante para ser trabalhada em sala de aula. Os traços históricos, a cultura e os direitos humanos que são muitas vezes abordados nesses gêneros nos ajudam a fazer um diálogo muito rico em sala de aula, contudo sabemos as dificuldades que podem ser inúmeras para o professor introduzir essa metodologia em sala de aula, então em sua opinião como o professor de história pode pouco a pouco quebrar barreiras e introduzir essa metodologia em seu dia a dia?
    Glauber Paiva da Silva

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    1. Felipe Adriano Alves de Oliveira4 de abril de 2017 às 19:11

      Olá Glauber, grato pelo comentário! Acredito que sim, pode sim quebrar essa barreira do engessamento que muitos professores acabam inevitavelmente adquirindo, a utilização dos quadrinhos auxilia para uma aula enriquecedora e também criativa, porém precisa saber dosar para não ficar entediante, há temas específicos que podem ser um diferencial, alguns até mencionei no texto, no caso as guerras totais, nesse caso não apenas eu, Felipe, mas qualquer outro professor que utilize esse recurso precisa elaborar um plano de aula que dê conta do que ele quer com a relação quadrinhos e as temáticas da disciplina de História. Abraço!

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  3. Olá Felipe, parabéns pelo seu texto, muito bem fundamentado! Você já considerou a utilização dos quadrinhos para temporalidades mais recuadas? Por exemplo, a série Buda, de Osamu Tesuka, ou Asterix, de Goscinny e Uderzo?

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    1. Felipe Adriano Alves de Oliveira4 de abril de 2017 às 19:31

      Olá José Maria Neto, grato pelo comentário! Já sim, no caso da História do Brasil pensei em trabalhar com o quadrinho da historiadora Lilia Moritz Schwarcz "D. João Carioca - A corte portuguesa chega ao Brasil (1808 - 1821)" creio que você conheça; as histórias de Asterix são ótimas para discutir o contexto das invasões bárbaras ao Império romano. Já Tezuka não cheguei a pensar em utilizá-lo, mas já pesquisei a pouco sobre série Buda e vinculei com duas temáticas: História da índia e religiosidade budista, impossível falar de mitos e culturas sem tocar na religião. Nesse âmbito da religiosidade, e o choque de culturas, pensei no próprio mangá Rorouni Kenshin de Watsuki, em que algumas cenas toca na chegada do cristianismo no Japão ainda em pleno período do shogunato Tokugawa, esse "choque" é interessante ser discutido no contexto do neocolonialismo, mas sobre o Buda de Tezuka achei uma boa ideia, vou acatar, abraço!
      Felipe Adriano Alves de Oliveira

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  4. Olá, Felipe. Parabéns pela escolha do tema. Sou amente de HQ's e mangás, e não pude evitar de ler seu texto. Gosto muito das abordagens das HQ's dos X-men, da forma como o Professor Charles Xavier tenta lidar com o preconceito com os mutantes, inseridos em contextos históricos muito vivos, a ponto de "quase" acreditar que todos esses super-heróis existiram. Enfim, minha pergunta é: Você acredita que é necessário que o aluno precise de um estudo base em História para poder trabalhar, historicamente, as histórias em quadrinhos, ou mangás, ou pode-se iniciar os estudos em História com as HQ's e Mangás antes dos estudos dos conteúdos de História, propriamente dito?
    Renan Lourenço da Fonseca

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    1. Felipe Adriano Alves de Oliveira4 de abril de 2017 às 19:50

      Olá Renan! Grato pelo comentário, e que bom que gostou do tema. Sobre um ensino da História que utilize como foco as HQs em si acredito que não em específico, ainda porque como historiador pesquisador sobre a cultura pop, vejo os quadrinhos como mais um no meio de tantos outros elementos culturais do entretenimento, acredito que dá para estabelecer uma discussão da História enquanto ciência para com os alunos , até porque muitos olham a História como apenas uma disciplina narrativa e memorialista, o que quero dizer é o seguinte: trabalhar com esses materiais (HQs, filmes, seriados, músicas...) com o sentido de fontes, novas fontes, a História não é engessada, ela é flexível, enquanto a sociedade estiver "avançando" tecnologicamente a História se adapta a essas novas perspectivas. Então assim, os quadrinhos se encaixam perfeitamente nessa discussão da História enquanto uma disciplina de caráter científica, tal como ela é, tudo isso para despertar a consciência histórica dos alunos. Abraço!
      Felipe Adriano Alves de Oliveira

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  5. Ola Felipe, amei a escolha de tema, como amante principalmente de mangás,concordo com vários exemplos de mangás no qual citou,indo direto a minha pergunta,eu quero saber como você enxerga a sexualização de crianças em algumas dessas historias e se acha pertinente ao rumo da historias de mangás, o uso da mesma, pois para nós ocidentais é uma grave ofensa aos direitos humanos e se você acha como vermos em muito mangá, o ódio nacionalista para os ocidentais seja através de usos trejeitos exagerados do inglês, ou da xenofobia velada em alguns mangás.
    Grato, Leonardo Irene Pereira Guarino

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    1. Felipe Adriano Alves de Oliveira4 de abril de 2017 às 20:14

      Olá Leonardo! Grato pelo comentário, e feliz por ter gostado do tema. Indo direto ao assunto, acredito que o que você quis dizer com a "sexualização" de crianças seja voltado ao tema "Hentai". Vamos lá, esse assunto é interessante porque alguns japoneses naturalizam a pornografia infantil, ainda que medidas estão sendo tomadas para que isso seja minimizado. Eu vejo como errado tal naturalização infanto-pornográfica, pois na psicologia há momentos certos para o desenvolvimento sexual dos indivíduos, e logicamente a fase infantil e pré-adolescente não é momento propício para essa investir em tais atos, com isso é preciso medidas para que isso não continue ocorrendo, e medidas rígidas, diga-se de passagem. Eu não sou contra a pornografia, desde que seja algo saudável e consciente, pois trabalha sobre a questão de sexualidade (preconceitos) e saúde sexual. Sobre o nacionalismo japonês isso já vem há muito tempo, o Japão é um dos países orientais a abrirem as portas para o ocidente "recentemente" se comparado a outros países alvos da colonização européia, dessa forma muitos japoneses vêem a necessidade de conservar suas tradições em todas a esfera social, como ocidental que sou, eu vejo isso de forma negativa, estamos na era globalizada, precisamos de contatos, mas precisa de conscientização social e repeito pelas tradições do outro, mas sem que haja um comportamento xenofóbico, é isso, espero ter respondido corretamente. Abraço!
      Felipe Adriano Alves de Oliveira

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  6. Olá, seu tema é realmente muito interessante, parabéns. Pra você o quais seriam as dificuldades de se trabalhar com os HQs e/ou Mangas em sala de aula ?
    Fernando Lazaretti Onorato

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    1. Felipe Adriano Alves de Oliveira4 de abril de 2017 às 20:26

      Olá Fernando, Grato! As dificuldades que vejo é com relação a proporção e proximidade dos alunos com o material, se compararmos com a relação dos japoneses para com os quadrinhos você verá que é próxima, quase todos tem contato com os mangás de alguma forma, a produção é pesada nesse assunto, diferentemente ocorre em alguns países orientais e em maioria nos países ocidentais, o Brasil é um desses, então eu vejo essa dificuldade, a pouca proximidade com a leitura dos quadrinhos, a maioria dos alunos conhecem os personagens devido a propagação em filmes, séries e animações, mas com relação aos quadrinhos são poucos. Abraço!
      Felipe Adriano Alves de Oliveira

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  7. Olá, Felipe!
    Parabéns pela pesquisa, também vejo a utilização de mangás e HQ's como uma fonte rica para o ensino de História, pois mesmo dentro do menor quadrinho (HQ's, mangás e Graphic Novel)podemos perceber diversos aspectos políticos, sociais e culturais de uma determinada época e/ou país.
    Aqui no Brasil, alguns romances estão sendo transformados em quadrinhos e uma de minhas perguntas é justamente sobre como você enxerga interdisciplinaridade da utilização de quadrinhos e HQ's nas aulas de História com as outras áreas do conhecimento? Partindo do pressuposto que podemos relacionar as histórias bases dessas narrativas com a Literatura, Geografia, Filosofia, dentre outras.
    Tenho uma segunda questão, que é ligada a falta de estrutura dada pelas coordenações pedagógicas para as novas formas/abordagens da aprendizagem dos alunos, principalmente em escolas públicas. Ao seu ver, há uma barreira a ser ultrapassada com as coordenações ou não?

    Alessandra Lima dos Santos

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  8. Olá, Felipe! Parabéns pela pesquisa. Gostaria de saber se foi realizada a aplicação dessa ideia em sala de aula e, caso tenha sido, quero saber mais sobre a reação dxs alunxs e como foi a experiência?
    Ana Paula Bührer Gonçalves

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