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Aristides Leo Pardo

 O BRASIL É DELAS: A HISTÓRIA TUPINIQUIM PELO PRISMA DE SUAS PROTAGONISTAS
Aristides Leo Pardo
Prof. Esp. UNESPAR

Introdução
O texto a seguir relata uma experiência que começou a ser posta em prática no fim do ano de 2016, com alunos do Ensino Médio, partindo do seguinte questionamento feito aos mesmos: “Quantas referências femininas vocês tem na História do Brasil?” e a resposta não saiu do lugar-comum, Princesa Isabel, Anita Garibaldi, Carlota Joaquina, Zilda Arns, Dilma Roussef, entre poucos outros nomes lembrados, por um ou outro aluno, porém, pouco se sabia sobre a história dessas mulheres e foi ai que surgiu a ideia de partir das histórias de mulheres que ajudaram a contar a história de nossa nação para chegar a assuntos já badalados nos livros escolares, para que assim, essas personagens importantes,  não continuem a ficar no esquecimento (ou desconhecimento?), ou apenas como mera notas de rodapé, quando na verdade são protagonistas da História.

Questões de gênero e as mulheres na história do Brasil
Não existe um momento sequer na história em que a mulher não estivessem presente e aos poucos, seus papeis vão sendo revelados pelos historiadores, pois não se trata de tarefa simples, haja vista que as documentações oficiais, escritas pelas elites e para as elites, recheada de “heróis”, sobretudo homens, militares ou políticox, geralmente alinhados ao governo vigente, raramente mencionavam a figura feminina, assim como, escravos, camponeses, crianças, que quando citados esses agentes sociais, na quase totalidade dos casos era para ter sua imagem ligada à infidelidade, prostituição, roubos, entre outras acusações, legando-os sempre ao segundo plano, ou “escondidos” da história.
Esse fato dos “excluídos” não constarem de maneira efetiva nos documentos oficiais, como relatórios de governo, documentação do exército, arquivos eclesiásticos, entre outros, foi chamado pela historiadora norte americana, Joan Scott (1995, p. 38) como “o problema da invisibilidade”, já que esses agentes sociais eram parte efetiva dos acontecimentos, mas raramente citados, quando se fazia algum registro do ocorrido, pois somente a partir da década de 1970, que a história dos excluídos começou a emergir e revelar sua importância para a reconstrução dos sujeitos históricos, e completa:
No entanto, os historiadores que buscam no passado testemunhos sobre as mulheres tem tropeçado uma e outra vez com o fenômeno da invisibilidade da mulher. As investigações recentes têm mostrado não que as mulheres fossem inativas ou estivessem ausentes dos acontecimentos históricos, mas que foram sistematicamente omitidas dos registros oficiais. (SCOTT, 1995, p.38).
Portanto, o resgate de nomes de mulheres importantes para nossa história, muitos deles completamente desconhecidos do grande público, torna-se uma interessante ferramenta para o ensino da História do Brasil sob outro prisma, como no caso da princesa Leopoldina Josefa Carolina Francisca Fernanda Beatriz de Habsburgo­Lorena, primeira esposa de D. Pedro I, que de maneira interina foi nomeada pelo marido, Regente do Brasil, durante uma ausência sua, e ao receber notícias que Portugal estava preparando uma ação contra o Brasil e sem tempo para aguardar o retorno de D. Pedro, usou seus atributos de chefe de governo, e ao se reunir, com o Conselho de Estado, preparou o terreno para a declaração da  Independência.
Falando em independência do Brasil, não podemos esquecer de Domitla de Castro Canto e Melo, a Marquesa de Santos, a mais famosa das amantes de D. Pedro I e esposa de grande cafeicultor paulista, que ajudou a dar o aval dos barões do café, à separação do Brasil de Portugal. Por falar em amantes, outro nome de destaque é o de Luísa Margarida de Barros Portugal, a Condessa de Barral, personagem, que Del Priore (2008) nos traz à luz da história e que com seus ideais abolicionistas, foi uma das responsáveis pela criação da pequena imperatriz Isabel Cristina Leopoldina, futura Princesa Isabel, que por três vezes assumiu a regência do império Brasileiro, durante viagens de seu pai e responsável, anos mais tarde pela assinatura da Lei Áurea, que findou definitivamente a escravidão no Brasil.
Outro caso interessante é o de Maria Felipa de Oliveira, negra e pobre, que liderou um grupo de mulheres que combateu tropas portuguesas na Bahia pouco depois da independência, pois (erroneamente) acreditava que com o Brasil livre da metrópole, a escravidão teria seu fim rapidamente, o que sabemos, não aconteceu, Maria morreu sem ver seu país livre do cativeiro, mas deixou seu nome na história, que agora volta à tona.
São tantas as mulheres que podem nos ajudar a contar a história da escravidão no Brasil, como o nome da escrava baiana, Luíza Mahin, de prática religiosa muçulmana, que participou da “Revolta dos Malês” (1835) e mãe do poeta e jornalista abolicionista, Luiz Gama. Luiza teria chegado ao Rio de Janeiro e bem provavelmente vivido na “Pequena África”, porém, nada mais sabemos de sua vida. Outro nome interessante da história (e da escravidão) brasileira, é o de Chica da Silva, escrava que conquistou sua liberdade (e o coração) de uma das pessoas mais importantes do país em sua época, o contratador de diamantes, João Fernandes de Oliveira, com quem teve 13 filhos no Arraial de Tijuco, atual cidade de Diamantina, na região das Minas Gerais.
 Tereza de Benguela, rainha africana que assume um quilombo em Mato Grosso, após a queda do companheiro e governava com o auxílio de uma espécie de parlamento, ou ainda, as “Tias Negras” da “Pequena África”, na região portuária do Rio de Janeiro, da virada do século XIX para o XX, descendentes diretas de escravos, líderes de um agrupamento que difundiu práticas como o candomblé, a capoeira e que formaria as primeiras escolas de samba, são outros nomes para ilustrar a história da escravidão e da passagem do século XIX para o XX.
Ao falar de Tia Ciata e suas companheiras, podemos mostrar também uma modificação de mentalidade e urbana do Rio de Janeiro, que recebe as reformas de Pereira Passos, que finda a era dos cortiços e inaugura a favelização no Brasil e a chegada da Revolução Industrial e da “modernidade” ao Brasil, e com ela, os serviços de transporte, luz elétrica, gás, entre outros.
No campo militar, Jovita Feitosa, Maria Quitéria, Ana Néri, as combatentes de Canudos e Contestado, Anita Garibaldi, Dina e as demais Guerrilheiras do Araguaia, que tombaram sonhando em livrar o Brasil da Ditadura Militar (1964-1985), entre tantas outras, podem nos ajudar a contar a história do nosso exército, sem o glamour da história oficial.
Ainda de forma embrionária, mas visivelmente eficaz, tendo em vista o interesse do alunado que já participaram de aulas utilizando este método, a história das mulheres, outrora, desconhecidas passa a despertar o interesse para temáticas curriculares do ensino de História. Seria impossível listar todas as mulheres e as possibilidades do ensino da história através delas, pois são infinitas temáticas e nomes que devem ser selecionados pelos professores, pois além dos nomes de vulto nacional, cada localidade também tem suas “heroínas” particulares para contar a história local e/ou regional, partindo do micro para o macro e assim construindo cada vez mais uma história DELAS.

Referências
BENEDITO, Mouzar. Luiz Gama: O libertador e sua mãe libertária, Luiza Mahin. São Paulo: Expresão Popular, 2006.
DEL PRIORE, Mary. Condessa de Barral: a Paixão do Imperador. Rio de Janeiro: Objetiva, 2008.
NICHOLSON, Linda. Interpretando o Gênero. In: Estudos Feministas, ano 08. 2º semestres, 2000.
SCOTT, J. Gênero: uma categoria útil de análise histórica. Educação & Realidade, Porto Alegre, v. 20, n. 2, p. 54-73, 1995.

30 comentários:

  1. Caro Professor Aristides Leo Pardo,

    O texto apresentado se constitui em uma potencial e promissora proposta pedagógica. Fico feliz com sua escolha em evidenciar o papel da mulher nos processos que conformam a historiografia brasileira. Discussões de gênero apresentam-se na atualidade como quesito fundamental à elucidação e fortalecimento daquilo que justamente se está em evidência na atualidade, quer seja, o reconhecimento da diversidade cultural e das relações de gênero como direitos inerentes aos seres humanos. Ademais, sinto-me feliz pela oportunidade desta leitura.

    Aproveito a ocasião para lhe indagar sobre algumas questões que apresento a seguir:

    1 – O senhor inicia seu texto evocando, no título, a palavra indígena “Tupiniquim” que, de acordo com dados apresentados pelo Instituto Socioambiental - ISA (https://pib.socioambiental.org/pt/povo/tupiniquim), na língua corrente pode ser utilizado como sinônimo de “nacional”. No entanto, tupiniquim é etimologicamente uma palavra de origem Tupi e é utilizada para denominar um sujeito que pertence ao grupo étnico dos Tupiniquins. A verdade é que a forma como tal palavra é utilizada pouco ajuda a evidenciar a realidade precária na qual se encontram os povos indígenas e, em partícula, os Tupiniquins, os quais lutam incansavelmente pela sua sobrevivência até os dias atuais (https://pib.socioambiental.org/pt/povo/tupiniquim/1097). A partir da leitura do título, cheguei a crer que seu trabalho se tratava de uma análise que evidenciava uma proposta de narrativa histórica que partia das mulheres integrantes desta etnia. No entanto, senti-me angustiado por não localizar nenhuma referência às mulheres indígenas. Há menções à europeias, princesas, amantes, negras livres e escravas, mas, mulheres indígenas continuam sendo negligenciadas pela historiografia. Desta forma, gostaria de lhe indicar a leitura do texto de Almir Diniz de Carvalho Junior, o qual pode ser uma importante literatura, mas não a única, na elucidação da mulher indígena em sala de aula. O referido artigo desenvolve uma análise sobre parte do século XVIII e considera a Atuação da Inquisição na Amazônia evidenciando, no contexto da trama, a vida da Índia Sabina, personagem importante na compreensão do cotidiano colonial, justamente por se constituir como feiticeira muito conhecida naquela região. Segue o link para leitura do texto: https://nuevomundo.revues.org/62258.

    2 – Fiquei bastante entusiasmado com os vários nomes de mulheres que foram citados no decorrer do texto. Como disse no início, seu trabalho é promissor. Assim que terminei a leitura fui direto para as referências bibliográficas a fim de verificar as indicações de leitura para desenvolver as referidas aulas que você, com eloquência mencionou. No entanto, encontrei apenas duas delas. Assim, gostaria que, se possível, indicasses as referências que você está utilizando nas aulas em que você menciona sobre as personagens, citadas no decorrer do texto.

    Parabenizo-lhe mais uma vez pela escolha do tema e agradeço antecipadamente pelas indicações.

    Assina: Fernando Roque Fernandes.

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    1. Caro Fernando
      Obrigado pelo elogio e por prestigiar meu texto.
      O Tupiniquim no título se refere ao "ser Brasileiro" e é claro, utilizar dos indígenas nas aulas também, pois na história da cidade que eu moro, eles foram aniquilados (como em quase todos os cantos do país) e simplesmente desprezado na historiografia local, cuja história foi (e é) contata pelo viés positivista, de uma elite para uma elite.
      Como cito em meu texto, é um projeto em construção, no qual toda sugestão e/ou crítica será bem vinda. Devido aos espaço limitado do texto, muitas das mulheres que utilizo em aulas nã estão apresentadas aqui, pois nomes também surgem por parte dos alunos. espero em outra oportunidades, estar divulgando resultados mais detalhados destas atividades. Espero ter respondido seus questionamentos, um abraço

      Aristides Leo Pardo (tidejor@gmail.com)

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  2. Boa tarde, Prof. Aristides.

    Parabéns pelo projeto iniciado com seus alunos e alunas. Sem dúvida alguma, o espaço dedicado à participação feminina na História é precária nos livros didáticos; quando muito, é apresentada em boxes, como uma curiosidade. Nesse sentido, trazer à luz os nomes, rostos, gestos, lutas e valores destas mulheres é fundamental para o reconhecimento dos seus protagonismos na construção social, política e econômica do Brasil.

    Em seu texto o Sr. faz referência à historiadora Joan Scott, que defende o uso da categoria gênero como uma forma de empreender uma análise sobre as relações de poder baseadas nas diferenças entre os sexos. Considerando que esta proposição se afasta de uma História das Mulheres, gostaria de lhe fazer uma pergunta: para além do levantamento sobre a biografia das mulheres, o projeto também prevê uma reflexão acerca da construção dos discursos sobre os seus papéis ao longo da história?

    Obrigada.

    Abraços,
    Danielle da Costa

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    1. Olá! Poderia trazer maiores esclarecimentos acerca da questão colocada: "historiadora Joan Scott, que defende o uso da categoria gênero como uma forma de empreender uma análise sobre as relações de poder baseadas nas diferenças entre os sexos. Considerando que esta proposição se afasta de uma História das Mulheres". Gostaria muito de tentar entender melhor essa tensão. Muito obrigada!

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    2. Caras Danielle e Jeane
      Este é um projeto em construção e cada vez mais nomes vão surgindo a partir das pesquisas feitas pelos alunxs. Buscamos mostrar que a história sempre foi feita por homens e mulheres e que esta apenas ficou por muito tempo "escondida", assim como os negros, indígenas, pobres, entre outras classes que não tinha o papel de construtores da história pelo viés positivista. Em outra oportunidade quero trazer resultados mais concretos desta experiência.Espero ter respondido seus questionamentos, um abraço

      Aristides Leo Pardo (tidejor@gmail.com)

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  4. Olá professor Aristides, boa noite.

    Fiquei intrigado pela mesa RELAÇÕES DE GÊNERO E ETNICIDADES, e tentei encontrar artigos que saíssem do binômio masculino/feminino, e ampliassem de certo modo esta concepção...Há na sua concepção, ao longo da história do Brasil, alguma referência, ou alguém que se destaque, que pertence a essa população, hoje representada pelo movimento LGBT?
    E de que forma poderíamos abordar a mulher "comum" fruto dessa sociedade?

    Grato

    Renato Scherrer

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    1. Olá Renato, obrigado por prestigiar meu texto e pela sua pergunta. Um personagem histórico que gosto muito e que ajudou a formar a imagem do "malandro" elegante das primeiras décadas do Rio de Janeiro do século XX, é Madame Satã, outra oportunidade para lidar com o tema na história são os guerreiros gregos, que se relacionavam com outros guerreiros, inclusive o maior de todos eles, Alexandre O Grande. Espero ter respondido seus questionamentos, um abraço

      Aristides Leo Pardo (tidejor@gmail.com)

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  8. Prof. Aristides, parabéns pela iniciativa. As mulheres ocupam parcos espaços nos livros didáticos e nos currículos, assim, projetos que ampliem o olhar sobre os papéis desempenhados pelas mulheres ao longo da História são importantes. Se, as mulheres de uma forma geral, não são contempladas no conteúdos, essa invisibilidade acentua-se quando nos referimos as mulheres indígenas. Nesse sentido, sugiro uma personagem: Damiana da Cunha, índia Kaiapó da capitania de Goiás no século XVII.O trabalho é de: Suelen Siqueira Julio. Disponível em: http://www.historia.uff.br/stricto/td/1948.pdf.
    E como tenho interesse pela história das mulheres indígenas, já anotei a dica do professor Fernando.
    Maria Geralda Moreira

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    1. Olá Geralda, obrigado por prestigiar meu texto e agradeço pela contribuição, já anotada. Em outra oportunidade quero trazer resultados mais concretos desta experiência.Espero ter respondido seus questionamentos, um abraço

      Aristides Leo Pardo (tidejor@gmail.com)

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  9. Olá, parabéns pela reflexão. A pergunta que gostaria de fazer está mais relacionada a sua subjetividade enquanto pesquisador: o que o levou a pesquisar/trabalhar com a temática do protagonismo feminino na História?

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    1. Olá Jeane, obrigado por prestigiar meu texto e pela pergunta.
      Esse é um tema que me atrai, embora não seja um dos principais de minhas pesquisas, mas no qual tenho alguns textos publicados e busco sempre trazer para sala temas que possam chamar mais atenção do alunado que já não mais se contenta apenas com os conteúdos dos livros didáticos. Espero ter respondido seus questionamentos, um abraço

      Aristides Leo Pardo (tidejor@gmail.com)

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  10. Bom artigo, trás e resgata um leque grande de mulheres na história do Brasil. Mas quando escolhi a mesa pensei que abordar-se-ia sobre a mulher indígena e suas lutas de resistência. Sobre esse tema existiria uma biografia ou material que resgataria essas lutas de resistência?
    Atenciosamente.
    Prof. Luís Carlos Fernandes

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    1. Boa Noite Prof. Luís Carlos. Agradeço o elogio e por ter lido meu texto. Realmente, agora sinto que poderia ter sido mais feliz no título, porém é um projeto em andamento e será aprimorado conforme seu andamento. O material sobre o assunto é bem vago, mas em outra oportunidade espero divulgar os resultados do projeto e sua bibliografia completa. Abraços

      Aristides Leo Pardo (tidejor@gmail.com)

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  11. Que ótimo trabalho professor Aristides, quero trabalhar muito esse tema quando me formar e gostaria de saber se houve bastante interesse dos alunos?
    Gisele Cristina da Câmara

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    2. Olá Gisele
      Tudo que se faz em sala de aula que fuja um pouco do livro didático é atrativo para o alunado e essa experiência está sendo bem interessante pois estão descobrindo personagem atuantes em nossa história, que estavam "escondidas" na "História Oficial", de cunho positivista, contada durante bastante tempo no nosso país. Espero ter respondido ao seu questionamento. Abraços

      Aristides Leo Pardo (tidejor@gmail.com)

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  12. Olá professor Aristides, parabéns pela escolha da temática e pelo desenvolvimento do texto. Acompanhando a sua proposta e os comentários aqui postados e respondidos, refleti mais profundamente sobre as protagonistas aqui da nossa região geográfica do Contestado. Quais apontaria como importantes e fundamentais a essa Guerra civil? Grande abraço.

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    1. Olá Profa Alcimara. Obrigado pela pergunta e por prestigiar meu texto. Eu utilizo há tempos os homens e mulheres do Contestado em minhas aulas e em diversos momentos (1ª República, coronelismo, Revolução Industrial, Colonização, religiosidade, entre outras temáticas). Maria Rosa, Chica Pelega, Etelvina, Rosa Paes, Teodora, entre outras que não hesitaram em pegar em armas e irem à luta para defender seu quinhão de terra, surrupiado pelas elites em nome de um falso "progresso", são alguns dos exemplos de mulheres que protagonizaram a "Guerra do Contestado". Abração

      Aristides Leo Pardo (tidejor@gmail.com)

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  13. Olá, muito bom seu texto. gostaria de saber como poderia ser feito por partes dos educadores, a inclusão em suas aulas a história dessas mulheres que atuaram na história? e do seu ponto de vista, porque ainda existe exclusão dessas histórias, tão importantes para os alunos, e muitas vezes nem o interesses dos professores?
    de: Jéssica Ewelyn Silva de Oliveira

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    1. Olá Jéssica.
      Muitos professores nem sabem da existência de algumas dessas mulheres e nem se preocupam em saber, pois infelizmente, muitos docentes ao se formarem e conquistar acesso á sala de aula, simplesmente deixam de pesquisar, participar de eventos, ou seja, de se reciclarem, se acomodando nos livros didáticos. Abraços

      Aristides Leo Pardo (tidejor@gmail.com)

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  14. Caro Professor Aristides Lobo,

    Volto ao tema por conta da problemática. Fiquei feliz ao ler seus comentários e imaginei suas aulas a partir de uma temática que enfatiza o papel das mulheres nos acontecimentos históricos que foram valorizados por nossa historiografia.

    Acredito que futuramente, poderias desenvolver um livro paradidático ou para uso em sala de aula no qual se considerasse essas personagens, a partir de cada evento conhecido na História. Por exemplo, associar os principais acontecimentos históricos, presentes nos livros didáticos, à personagens femininas.

    Obviamente,conforme demonstrado em seu texto e comentários, na prática, o senhor já faz isso. No entanto, seria de excelência o desenvolvimento de um projeto (livro paradidático ou mesmo de metodologia de ensino) que se conformasse como uma proposta de intervenção no ambiente escolar. Não me parece que isso já tenha sido feito por algum estudioso do assunto. Assim, acredito que um trabalho desta monta seria fundamental para se multiplicar e reproduzirem-se em outras salas de aula, o que o senhor ensina na sua.

    Aproveito a ocasião para lhe indicar um texto sobre "As mulheres na Cabanagem" de autoria de Eliana Ramos Ferreira, da UFPA. O tema trata de um assunto pouco explorado na historiografia nacional, ocorrido na Região Norte, entre os anos de 1835 e 1840, onde foram mortos, entre caboclos e indígenas uma cifra que fica na casa dos 40.000 mortos. Esse texto auxiliará na elucidação do papel da mulher nesse conflito e as implicações do mesmo para o processo de conformação do Império. O link para acesso do texto é: http://anais.anpuh.org/wp-content/uploads/mp/pdf/ANPUH.S22.198.pdf.

    Paz e Sucessos!


    Assina: Fernando Roque Fernandes.

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    1. Boa Noite Fernando, agradeço novamente os elogios e as sugestões. vou ler o artigo indicado e aproveito para indicar o link de um artigo sobre a participação feminina na "Guerra do Contestado". Deixa eu ter os primeiros resultados concretos deste projeto experimental que estarei divulgando e quem sabe publicando em forma de livro. Abraços

      file:///C:/Users/Tide%20Carioca/Downloads/ArtigoAristides2013.pdf


      Aristides Leo Pardo (tidejor@gmail.com)

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